quarta-feira, 7 de abril de 2010

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Hoje faz dois meses que eu não te tenho junto a mim. Custa tanto não te ter perto de mim. Ninguém tem noção da falta que me faz olhar para ti, da falta que me faz ouvir-te. Eu pensei que seria muito mais fácil para mim ultrapassar tudo, eu confesso que sempre pensei que ia conseguir ultrapassar isto de cabeça erguida e com a força presente nos olhos, mas acho que me enganei. A única coisa que os meus olhos mostram são lágrimas, cada vez que eu penso em ti, cada vez que me falam de ti, cada vez que mencionam a tua força. Lágrimas que eu não sei se são de saudade ou de alegria por ser em ti que estou a pensar. Acho que são as duas. Mas eu sinto tantas saudades tuas. De falar contigo, de não me cansar de te ouvir dizer sempre a mesma coisa, de não me cansar de olhar para ti. E eu tento fazer-me de forte. Tento não mostrar o que vai cá dentro, para não causar transtorno a ninguém, mas está tão difícil de aguentar a tua ausência. A tua perpétua ausência. Está mesmo difícil. Não foi justo, tu não merecias, eu não merecia, ninguém merecia. Não foi justo. E ainda hoje não me conformo com a tua partida. Tento aceitar pois não tenho outra opção. Mas eu não aceito que te tenham tirado de mim.
Lembro-me de ti a toda hora, em cada gesto, em cada palavra. Estás presente em cada uma das minhas acções, estás presente em tudo que eu faço e em tudo que eu penso. E pelo menos do meu coração ninguém te tira.
Já passaram dois meses e está tudo tão diferente, tão mudado. Mesmo assim, nem parece que passou tanto tempo.

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